sábado, 15 de dezembro de 2012

Sou um pouco do meu irmão... Ou muito!

Essa semana me deparei com um fato de rotina que me fez perceber uma influência muito forte na minha personalidade. Na verdade, fui arrumar os cd's da estante aqui de casa. Esses cd's são, na grande maioria, do meu irmão Eduardo. Ele que se mudou para morar com a sua esposa há cerca de dois anos e deixou aqui alguns pertences, como esses discos.
Então, como dizia, lá fui eu arrumar esses discos... Tinha um pouco de tudo, principalmente coisa antiga. Volumes e mais volumes de bandas de forró: Calcinha Preta, Gatinha Manhosa, Limão com Mel e até Raio da Silibrina. Meu irmão também tinha ouvidos para o Rock, a MPB e outros ritmos mais sensíveis. Na minha arrumação encontrei Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, coletâneas de Rock, Madona e até Sandy e Junior. E o que tem a ver tudo isso com "uma influência muito forte na minha personalidade"?
Enquanto arrumava, fui percebendo que já tinha ouvido um pouco de tudo o que tinha ali. Na verdade, meus gostos foram formados a partir daquele gosto. Se hoje sei as letras de algumas músicas, foi porque ouvir Eduardo cantar. E assim foi também no futebol. Se hoje amo o Flamengo e simpatizo com o Vitória, foi porque Eduardo sentia o mesmo. E assim foi também na vida... Lembro-me bem que aluguei minha primeira casa para passar o São João com apenas 14 anos - novo demais. Fiz isso porque cresci vendo Eduardo organizar excursões e casas com um monte de amigos. Se passei no vestibular, foi porque Eduardo me deu quantos cadernos precisei e me deu broncas na hora certa. Se trabalho onde trabalho, foi porque Eduardo sempre me empurrou pre chegar lá!
Hoje, se visto uma camisa de botão com uma calça social, lembro de Eduardo. Se saio com minha namorada para jantar, recordo-me das histórias dele. Se penso no futuro, coloco nos sonhos os sonhos que ele tinha para mim. Mãe do que a representação da figura paterna e masculina, Eduardo foi e continua sendo para mim uma referência. Meu irmão sempre teve traços de pai. Agora, morando em outro bairro, o vejo menos. No entanto, vivo um pouco dele diariamente. Que me conhece sabe que tenho um pouco de Eduardo. Com muito orgulho, obrigado!

Por ironia do destino, enquanto escrevia esse texto - as 23:30h de um sábado - recebi uma mensagem do mesmo perguntando se o Vitória sub-20 tinha sido campeão. Pois é, formado e trabalhando, devo dizer que sou jornalista também para informar Eduardo! hahahaha!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Um filme sertanejo, que conta a história de gênios



Ontem tive a oportunidade, com um certo atraso, de assistir ao filme "Gonzaga, de pai para filho". Estava ansioso para ver o longa-metragem, já que tenho uma identidade com a vida deste ídolo brasileiro e, principalmente, nordestino. Como não sou crítico de cinema, nem tenho a menor pretensão de ser, só posso dizer que o filme é maravilhoso. Fantástico. Uma experiência enraizada na emoção.
Como sugere o título, o longa conta a história de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e do seu filho Gonzaguinha, protagonista da Música Popular Brasileiro. Com um romantismo moderado, a obra retrata a relação complicada entre pai e filho, os deslizes do ídolo sertanejo e a personalidade complicada do seu herdeiro.
Luiz Gonzaga, a quem tenho total admiração e atribuo o título de um dos maiores gênios desse país, está longe de ser um santo. Sertanejo, sofredor, saiu cedo de casa e carregou essa imaturidade por toda a vida. No entanto, sempre foi uma pessoas de bem. Veio do povo e caminhou com o povo. Reencontrou o sertão e levou-o consigo durante o resto da vida. Luiz Gonzaga, filho de Januário e Santana, filho de Exu, força do Nordeste, pai do Baião.

Gonzaguinha, que foi embora cedo para ficar ao lado do seu pai, também derramou talento. Viveu pouco, mas o suficiente para deixar grandes ensinamentos, letras diferenciadas e guardadas na mente do brasileiro. Inconformado com a ausência do pai, levou consigo o talento paterno, ao lado da incerteza da relação sanguínea.
O filme tem duas horas, nas quais seus olhos não saem da tela do cinema. Cenas fortes, marcantes, com texto direto e forte. Fotografia bonita, que retrata bem as paisagens desse interior do Brasil, de onde eu também vim, graças a Deus. Gonzaga, de pai para filho, mostra o laço eterno entre essas duas partes da família. Pai e Filho permanecem juntos para sempre, além do que a morte possa separar. Sou prova viva desse exemplo. Como Gonzaguinha, nunca deixei de ter, mesmo que pouco visível, a certeza de onde eu vim. Vim de meu pai e de minha mãe, vivo com eles e tento agir conforme aprendi com seus exemplos.
O cinema brasileiro mostra que é bom, capaz de levar público pra salas dos shoppings e agradá-lo. Salve o cinema do nosso país, salve Gonzagão(guinha). Parabéns também ao diretor Breno Silvera, o mesmo de Dois Filhos de Francisco. Brasileiro que tem a capacidade de emocionar brasileiros.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Saudades da minha amada Jacobina

Quem me conhece um pouco já deve ter ouvido eu dizer, em alto e bom tom, que tenho o maior orgulho de ter nascido em Jacobina. E como tenho! Nasci em abril de 1990 e morei lá até janeiro de 2005, quando vim cursar o ensino médio em Salvador. Nos primeiros anos fora da minha terra natal, matava as saudades quase uma vez por mês. Tinha vindo morar em Salvador, mas meus pensamentos permaneciam em Jacobina.
Passaram-se os anos e os novos compromissos em Salvador reduziram as minhas idas para Jacobina. Este ano talvez tenha sido o que menos apareci por lá. Não por falta de saudade, mas por circunstâncias da vida. 2012 foi o ano de foco no trabalho, de adaptação à nova função. Na semana santa e no São João os plantões me deixaram aqui em Salvador. Em maio, fui em Jacobina por um dia e, infelizmente, de profunda tristeza. Foi o enterro de minha saudosa Tia Mariene. De lá para cá, nada de voltar à minha cidade querida. Hoje, 2 de dezembro, acordei com uma saudade de apertar o peito. Um sentimento que vinha convivendo há alguns dias e tento traduzir em palavras neste domingo.

Fui e ainda sou muito feliz em Jacobina. Minhas lembranças? São tantas... Dos assobios da janela do quarto para chamar a atenção do meu tio Emílio na rua da frente; das longas tardes na AABB ao lado de Nelson e Brinquedo; das primeiras festas de forró, quando nem imaginavam porque estava ali; dos babas de rua ao lado do meu amigo Ceará; das idas e vindas para o colégio, fosse a pé ou de bicicleta; até dos comentários que ouvimos dos conterrâneos quando esses nos vêem depois de muito tempo.

Quando eu sai de Jacobina, no dia 15 de janeiro de 2005, sabia que não voltaria para morar lá novamente tão cedo. Sabia que minhas escolhas profissionais me afastariam do interior. No entanto, nunca cogitei ficar longe da minha cidade. Mesmo fora, permaneço com o coração em Jacobina. Carrego a cidade no meu apelido (Jacó), permaneço lá no coração de minha mãe, que continua morando na cidade. Jacobina é aconchegante pelas pessoas que moram lá. Jacobina é um dos meus amores... Se Deus permitir, estarei aí em alguns dias, ainda em 2012. Quantos dias forem, todos serão muito movimentados. E, apesar da demora em voltar, fico feliz em saber que voltarei melhor, mais maduro, como um filho que volta e deixa a mãe orgulhosa!

Minha história com Jacobina ainda é adolescente, temos muito a viver, conviver. Aliás, tenho muitos planos para a nossa história. O tempo dirá, mostrará!