terça-feira, 23 de abril de 2013

Fé que vira amor, esperança que vence medo!

Foi com o coração cheio de esperança que eu e grande parte da família Soares Ribeiro saímos em direção ao Rio de Janeiro no último final de semana para festejar o casamento dos primos Karine e Cláudio. Quem conhece a história dos dois, sabe que este foi um matrimônio especial. Um momento em que, eu diria, o amor venceu qualquer medo, qualquer insegurança. O amor, sentimento tão bem vivido por Cristo e que nos foi dado como a maior de todas as lições, ganhou novamente.

Para os que estavam na igreja do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, naquela manhã nublada de sábado, dia 20 de abril, a emoção foi um clichê, mas que tem valor até num texto desse blogueiro que vos escreve. Familiares de várias partes do Brasil - Bahia, Santa Catarina, São Paulo, etc - não conseguiram segurar as lágrimas e, numa mistura de sorriso com choro, marcaram as suas memórias eternamente na entrada  vitoriosa e cheia de fé do meu Tio Zé Inácio e de sua filha, a noiva Karine, na igreja. Era a representação do casamento de Deus com o homem anunciando o início de uma cerimônia em que dois humanos se casavam. O que Deus uniu, definitivamente, humanidade nenhuma separa. Se Deus une com amor, esse amor une-se a eternidade. 



Passada a cerimônia religiosa, sobrou comemoração. Como de costume, a família Soares Ribeiro fez festa e fez muito bem feita. Seguimos a tradição, deixada pela nossa matriarca que hoje celebra no céu, Tia Mariene. Música baiana misturada com música carioca e com um toque de sertanejo. Os casamentos nesta árvore genealógica mostram que a separação física não é capaz de desunir a família. É todo mundo primo de  todo mundo, e pouco importa o "grau" ou o local onde mora. Todos unidos por um amor criado lá atrás, num tempo em que não sou capaz de descrever. Pouco importa quem foi o precursor, válido é o quanto este sentimento ainda é forte. Que venham Glorinha, Bia, Guiga, Bernardo, Heleninha, Bruna, Beatriz e todos desta nova geração!! Abracem esse amor, maior de todas as fontes... 


Ano que vem tem mais! Sempre terá mais... Casamentos, bodas, aniversários, tudo vira motivo para reunir esta nossa família. Sugiro até um Encontro Anual de Primos, quem sabe? Fica a dica!

P.S.: Por último, mas de forma nenhuma menos importante, não posso deixar de fazer um agradecimento especial à família dos primos Eduardo e Bianca. Não só pela estadia, pelo acolhimento e pela companhia. Mas, principalmente, pela prova de amor. Eduardo, com certeza inspirado nos ensinamentos passados pelo querido Tio Louri, é uma pessoa que carrega a família na face. É bonito demais ver o prazer que você tem em receber, agregar e fazer essa família existir de verdade. Lembro lá da época em que você vinha nos visitar em Jacobina, e hoje podemos fazer o mesmo no Rio. Bia, você é um ser especial. Mesmo chegando ''depois'', seu amor ultrapassou qualquer ordem cronológica. Sua capacidade de atrair as pessoas faz de você um membro nato da nossa família. Mais do que isso, traz sua mãe (a querida Tia ou "Dona" Sônia) para nossa família. Desta vez, como não tivemos a oportunidade de conversar sobre isso, me encantei ainda mais com a sua maturidade. Muito feliz em ver a Bia mãe, dos recados nas cozinha, do cuidado imensurável com os seus filhos. Obrigado pelo exemplo, de verdade!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Minha mais nova lição de amor...

O dia principal, todos diriam, era pra ser amanhã. Mas, a vida se encarregou de me dar hoje. Era mais uma segunda-feira comum. Acordava um pouco atrasado, saía com pressa de casa, mal falara com minha mãe que, acreditem, tinha vindo de Jacobina para me ver. Tudo para não deixar que os minutos a mais causassem um atraso no trabalho.
Cheguei no trabalho, tudo dentro da rotina. Reunião de pauta, produção, apuração, entrevistas. Até que meu dia foi interrompido, ou melhor, agraciado por uma conversa comum com um colega de trabalho. Nesse caso, um amigo de trabalho. Ele acabara de chegar de uma viagem. Me contava dos passeios, do que fez fora de Salvador. Como um detalhe a mais, me dizia que tinha levado a sua mãe no final de semana. Mais velho do que eu, meu amigo tinha viajado, de avião, para passar o feriado fora e levado consigo sua mãe, de quase cem anos. Seria isso possível? Depois que ouvi aquele "detalhe", tudo na história para mim se tornava coadjuvante. Do que valia ouvir como eram os espetáculo teatrais, as compras... No meu coração só entrava a ideia de que ele tinha ido com sua mãe, de quase cem anos, dedicado seu feriado a ela. Na minha cabeça aquilo era o "incrível" da história. Não teria sido mais divertido se a mãe dele tivesse ficado? Mente pequena demais a minha, diante de tanto amor...
Atordoado, fui voltando para casa... E eu, o que tinha feito por minha mãe? Ou melhor, como tinha feito por minha mãe? Pela manhã, há poucas horas, meu mau humor matinal sequer tinha deixado eu falar com ela direito... Por que não viver aquela prova de amor que acabara de ouvir? Peguei o telefone, chamei-a para ir ao cinema comigo. Ela disse que tinha outros programas, insisti. Já no carro, não conseguia falar muitas palavras. Ainda inundado pela história que tinha ouvido há poucas horas. Ingressos nas mãos, mas o filme só começaria em uma hora. Foi, então, que comprei dois chopps e comida japonesa. Somados aos bilhetes dos filmes, a conta não chegou nem a R$ 50. Se custasse R$ 500, acho que teria pago. O momento que estava se construindo parecia realmente que seria único... Ela gostou da comida, perguntou que chopp era aquele e fomos para a sala de cinema... O filme? A Busca, com Wagner Moura. Ela mesmo havia escolhido. "Não gosto de filmes de guerra", sempre repete. O longa conta a história de um pai que após saber que o filho desapareceu não mede esforços para encontrá-lo, vai além da lógica, da razão, do humano. A Busca do pai pelo filho é mais do que a representação do amor entre os dois, é a consolidação do laço, que é eterno.
Não tive esse amor paterno, mas tenho certeza que ele foi concentrado no amor que minha mãe sente por mim. Amor do jeito dela, idiossincrático. A volta para casa foi ainda mais silenciosa de minha parte. Ela falava, comentava do filme. Eu em silêncio. Olhos cheios de lágrimas, leve, ciente de que fazia história. Minha história. História pouco significante, talvez. Mas, história emocionante. Um dia para me modificar, para encontrar este sentimento chamado amor, na forma mais plena da palavra. Sem jamais esquecer que foi pelo outro que eu pude perceber o correto, o que deveria ser feito. Ainda acredito na humanidade, na nossa capacidade de viver momentos simples, felizes.
Amanhã, dia do meu aniversário, com minha mãe ao meu lado. Apenas pela vigésima terceira vez, mas talvez da forma mais importante. Ciente do que sinto por ela, da evolução da nossa relação e do que virá...
Ah! E o meu amigo acha que o maior presente que ele me trouxe da viagem foi um relógio, "antecipado de aniversário", como pontuou. Não, não foi. O maior presente foi o exemplo, o exemplo de amor.
E, no final desse texto longo, me pergunto porque escrever sobre tudo isso. Por que? Porque essa é a minha melhor forma de me expressar, de completar o meu ser. O texto é o meu melhor amigo, minha fonte eterna de inspiração. E, se a vida fugaz for, ele há de ficar. O texto, a palavra, a memória...