terça-feira, 26 de junho de 2012

Para Roma com Amor e Woody Allen como ator

Vencedor de cinco Oscar, Woody Allen dispensa apresentações. Por isso, fui ao cinema com minha querida mãe com a certeza de que seria interessante. "Para Roma com Amor" é uma comédia romântica que chama atenção pelo texto bem amarrado, com quatro histórias diferentes, que não se tocam e são armazenadas em distintos locais da mente do espectador.
O longa é formado por quatro núcleos: Um casal americano que viaja para a Itália para conhecer a família do noivo de sua filha, que se apaixonou em Roma durante as férias; Um homem comum e previsível que tem sua vida modificada por uma fama repentina; Um arquiteto famoso que visita a Itália e acompanha a vida de um estudante de arquitetura e, também, dois jovens que casaram há pouco tempo, se perdem e causam confusão nas ruas de Roma. Todos esses núcleos tem histórias próprias, separadas, que não se tocam. Para mim, o filme é mais do que razoável, é bom!
O roteiro dinâmico, bem casual e entrosado com os cenários de Roma. As passagens de uma história para a outra são bem cuidadas, sem agredir quem está assistindo. A melhor história? Pra mim, a do casal que recebe os pais da noiva. É a mais engraçada e problemática. Destaco no filme o personagem Jerry, interpretado pelo Woody Allen. Além, é claro, da beleza deslumbrante de Penélope Cruz - como sempre. Romantismo, traição, confusões amorosas. Tem tudo isso durante as quase duas horas de filme. O gênero da comédia se apresenta com algumas piadas e comportamentos bem sutis, que arrancam sorrisos da plateia. Ou não é engraçado um personagem que só consegue cantar embaixo do chuveiro e por isso se apresenta nestas condições no palco?! Uma boa opção para ir ao cinema, rir e se divertir sem muita palhaçada, de forma mais comedida.

Para Roma com Amor. Um filme de Woody Allen na direção e interpretação. No elenco, além de Woody, Alec Baldwin, Roberto Benigni (atuação também relevante), Penélope Cruz, Judy Davis, Jesse Eisenberg, Greta Gerwig e Ellen Page.
A duração é de 102 minutos e a censura de 14 anos.
Distribuidora: Paris Filmes
Acesse o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=3JeuI8PKF0M

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O tempo passa e não se deixa perceber

Quem me conhece um pouco mais sabe que eu não sou daqueles mais "fãs" de Salvador. Adoro à Bahia, amo Jacobina (isso mesmo, minha linda cidade natal!), mas vejo Salvador como uma metrópole muito mais problemática e desorganizada do que atraente, mesmo com seu litoral e pontos históricos... Por todos os lados, as pessoas que convivo tentam desconstruir essa ideia da minha cabeça. Afinal, estão todos errados e eu certo? Difícil, né?! Daí que surgiu, então, a vontade de conhecer um pouco mais a cidade, locais e momentos que eu ainda não tive o prazer de desfrutar. Sair da ignorância, posso dizer. Aos poucos, dentro das minhas possibilidades, tento fazer isso e a minha opinião se torna menos radical.
Num feriado de São João deserto, com a cidade quase vazia, uma ótima companhia me levou para conhecer (acreditem, nunca tinha ido, nem sabia que existia) o Café Terrasse, que fica na Aliança Francesa, na Ladeira da Barra, formalmente descrita como Av. Sete de Setembro. O local é de encher os olhos... Vista belíssima, comida saborosa, tranquilidade, bom atendimento (o que você dificilmente encontra em Salvador) e um clima que faz com que nós esqueçamos, inclusive, de olhar para o relógio.

Em um mundo de tarefas inacabadas e objetivos a se cumprir, não olhar para o relógio é sintomático. Esquecer do tempo, das horas, dos compromissos é fundamental e as pessoas tem deixado isso se tornar uma raridade. No meu caso, a escassez desses momentos chega a preocupar. Preocupação, responsabilidade, cobrança - cansa! Na última sexta-feira, uma bela companhia me fez esquecer do tempo, descansar, em um lugar maravilhoso. De um lado a linda Baía de Todos os Santos. Do outro, o reflexo desta beleza. Viva ao São João em Salvador!

Todos os detalhes de pratos, bebidas e ornamentação podem ser encontrados no site do Café. O telefone de contato é o 3012-1584 e o horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 10h as 21h. Ou seja, dá pra almoçar e também para ver o sol se pôr.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Um detalhe, muito fôlego.

Como um experimento tecnológico, o ser humano precisa de pequenos estímulos para continuar funcionando. Na psicologia das nossas mentes, convencionamos a chamar isso de motivação, palavra tão utilizada hoje pelos especialistas em recursos humanos e no mercado de trabalho. Afinal, onde achar esta motivação? Há quem acredite que ela só é verdadeiramente encontrada nos aumentos salariais, promoções de poder e cargos de chefia. Por outro lado, pessoas como eu preferem encontrá-la diariamente, nos detalhes que a vida nos proporciona.
Hoje, ao reencontrar Camilinha, minha colega de trabalho na TV, deparei-me com um desses detalhes que nos dão um novo fôlego para prosseguir na caminhada, no sonho. Ela passou alguns dias trabalhando na redação do Jornal Nacional, no Rio de Janeiro. De lá, trouxe a minha edição - que ela levou na viagem, do livro Jornal Nacional - Modo de Fazer, escrito por William Bonner. Na primeira página, a grata surpresa, o autógrafo do autor e editor-chefe do telejornal. Mais do que isso, tive o prazer de ouvir que ele comentou o fato do livro está todo marcado, com alguns destaques e anotações até certo ponto pertinentes.


A obra foi lida por mim logo depois de lançada e relida quando eu estava produzindo o meu Trabalho de Conclusão de Curso, um documentário que mostra as rotinas produtivas da TV Bahia. Modo de Fazer, se é assim que posso apelidá-lo, é um livro para deixar qualquer estudante de jornalismo com água na boca. Os relatos de Bonner, as histórias de coberturas, todas as narrações permitem que as portas do maior telejornal do país se abram para que os seus bastidores sejam conhecidos, ou, pelo menos, apresentados. Foi assim comigo, antes mesmo de me apaixonar pela televisão. Comecei a namorar com este veículo através do livro.
Jornalismo não é uma profissão em que a motivação vai ser encontrada nos salários, no glamour, ou em qualquer reconhecimento fantasmagórico. Jornalismo é a profissão em que a motivação vem do amor pela atividade, pela vontade de informar e modificar realidades, de fazer as pessoas compreenderem melhor o mundo em que vivem, choram e riem. Por isso, o jornalismo é para quem acredita em "pequenas motivações". Obrigado, Camilinha. Obrigado, Bonner.

domingo, 17 de junho de 2012

Diminuir o ritmo e fugir da média

As vezes é preciso parar, frear, diminuir um pouco o ritmo. Distante desta ideia, meus dias estavam alucinantes e a sensação de nunca completar o objetivo era rotineira no final de todos eles. Até que, numa terça-feira de feriado, em casa, num almoço em família.... pronto! Pé na porta e dedo menor do pé direito quebrado! O destino se encarregou de diminuir meu ritmo forçadamente. Imobilização, gesso, uma semana fora do trabalho e aquela pequena fratura me incomodava um monte, porque me impedia de fazer as coisas que eu mais gostava - ir e vir e, acima de tudo, trabalhar.
O exagerado aqui, vivenciador de sensações extremistas, então, se isolou e o foco era só querer que o dedo voltasse ao lugar, mesmo que não tivesse muito a ser feito, só repousar. Lá se vão quase cinquenta dias após a fratura e agora me parece que, não como antes, mas ele já está totalmente útil de novo. E qual foi a lição disso tudo? Pensando e repensando, consigo entender que eu precisava realmente diminuir o meu ritmo. As vezes a minha "autocobrança" é tão inconsequente que me impede de conhecer a satisfação plena, porque o que vem na minha cabeça é sempre o imaginário de que "eu poderia ter feito mais".
Preocupado em não me acomodar, as vezes deixo de aproveitar os méritos, as conquistas, e fixo meu olhar de forma pessimista, egoísta, quase absurda. Como canta Maria Gadú, "entre o bem e o mau a linha é tênue", assim também é entre a insegurança e a cobrança exagerada - pelo menos no meu caso.
Sendo clichê, posso dizer que mais uma vez a dificuldade me ensinou, me deu novas perspectivas. Calma, Victor, uma coisa de cada vez. Aos 22 anos, as coisas parecem estar no caminho certo. Um avanço aqui, outro atraso ali e o importante é ficar um pouco acima da média, porque quem fica na média, conceitualmente, é medíocre. Peguei pesado? Vamos em frente que amanhã é segunda-feira....!