domingo, 26 de maio de 2013

O ballet e minha bailarina



A noite de hoje foi daquelas em que sabemos que serão raras na nossa vida. Noite de domingo, marcante pela monotonia da TV e pela apreensão da chegada da segunda-feira. Mas, hoje foi diferente. Com meu amor ao lado - Camila, fomos assistir ao O Lago dos Cisnes, espetáculo de ballet russo que estreou em 1877 e permanece encantando o mundo no século XXI. O ballet é divido em quatro partes e tem criação do compositor russo Tchaikovsky. Neste final de semana em Salvador, ele tem rodado todo o Brasil com bailarinos deste país frio e talentoso. Mas, tudo isso é história, certo? E eu, um desconhecedor do ballet clássico, o que tenho com isso?

Escrevo porque a experiência foi maior do que o espetáculo. Os detalhes, neste caso, explicam melhor. O amor é o sentimento que nos completa, nos acrescenta. Diante dessa ''definição'', Camila é o meu exemplo neste domingo. Com os convites nas mãos, decidi ir ao teatro porque sabia que ela seria minha companhia. Sempre fui um admirador da arte, do novo, do desconhecido. Por isso, me deslumbraria com o cenário, figurino e com os bailarinos de qualquer jeito e até se sozinho estivesse. Mas, o espetáculo foi diferente porque ela me completava e eu percebi isso ao entrar no foyer do Teatro Castro Alves. Me ensinou o conceito da momento, a história, o enredo. Me passou um pouco de sua experiência de 10 anos de aluna de ballet. Sempre achei muito bonito meninas e garotas que faziam ballet. Camila me surpreende e me preenche também nisso. A cada cena, a cada solo, meu olhar desviava do palco e caía nela. Foram duas horas e meia de um mundo do 'sonho', do extraterrestre, da arte que se transforma em amor, bastava olhar para o lado...

Talvez você, Camila, não imagine que passei por tudo isso. Nem eu. Mas, foi mais um dos momentos em que eu precisa escrever, pra um dia ler novamente... Te amo!



quarta-feira, 22 de maio de 2013

Um sabor em falta. Onde está o silêncio?

Hoje minha conversa comigo mesmo é sobre o barulho, ou melhor, sobre o silêncio. Por isso, escrevo no meu quarto com pouca luz, desta vez sem a companhia do rádio ou da TV, mesmo numa quarta-feira de futebol, como costuma se dizer no Brasil.
Pois é... Vivemos na lógica contemporânea do barulho, da informação o tempo inteiro, num período em que o silêncio é sabor raro, quase inatingível. Nós quase que não conseguimos nos perdoar por nos mantermos em silêncio, não é mesmo? Uma pessoa silenciosa hoje é logo rotulada como antipática, abatida, triste ou mal humorada. Rotulada por todos, inclusive por mim. Ou você nunca pensou desse modo? 
Tomar café vendo TV, ir no carro ou no ônibus com o som ligado, chegar no trabalho e ouvir, depois falar, ouvir mais um pouco e falar mais um monte. Na volta, mais som do carro, mais som nos fones durante a academia, fala-se no celular e, por fim, mais um pouco de TV pra pegar no sono. Barulho, barulho, barulho e... medo do silêncio. Medo mesmo. Medo de ficar só consigo mesmo. Medo de ouvir o que a natureza quer nos dizer...
Nessa verborragia diária, a sensação que dá é que ficar em silêncio é improdutividade. E, quando imaginamos que estamos em silêncio, eis que o maior barulho vem de nós mesmo. Leituras barulhentas, inquietações mentais, angústias que chegam até o céu da boca e não são faladas. Mais barreiras até o silêncio.
E de pensar que Maria, a Nossa Senhora Mãe, nos deixou o silêncio como fonte de inspiração e fé. O silêncio na dor, o silêncio na alegria e o silêncio missionário. Maria o tempo inteiro silenciou. Nós também precisamos silenciar. 


Ah, vale uma importante ressalva. Silencie, não se cale. Eis aí a grande diferença. Eis aí a grande diferença para os sábios que conseguem percebê-la.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Fé que vira amor, esperança que vence medo!

Foi com o coração cheio de esperança que eu e grande parte da família Soares Ribeiro saímos em direção ao Rio de Janeiro no último final de semana para festejar o casamento dos primos Karine e Cláudio. Quem conhece a história dos dois, sabe que este foi um matrimônio especial. Um momento em que, eu diria, o amor venceu qualquer medo, qualquer insegurança. O amor, sentimento tão bem vivido por Cristo e que nos foi dado como a maior de todas as lições, ganhou novamente.

Para os que estavam na igreja do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, naquela manhã nublada de sábado, dia 20 de abril, a emoção foi um clichê, mas que tem valor até num texto desse blogueiro que vos escreve. Familiares de várias partes do Brasil - Bahia, Santa Catarina, São Paulo, etc - não conseguiram segurar as lágrimas e, numa mistura de sorriso com choro, marcaram as suas memórias eternamente na entrada  vitoriosa e cheia de fé do meu Tio Zé Inácio e de sua filha, a noiva Karine, na igreja. Era a representação do casamento de Deus com o homem anunciando o início de uma cerimônia em que dois humanos se casavam. O que Deus uniu, definitivamente, humanidade nenhuma separa. Se Deus une com amor, esse amor une-se a eternidade. 



Passada a cerimônia religiosa, sobrou comemoração. Como de costume, a família Soares Ribeiro fez festa e fez muito bem feita. Seguimos a tradição, deixada pela nossa matriarca que hoje celebra no céu, Tia Mariene. Música baiana misturada com música carioca e com um toque de sertanejo. Os casamentos nesta árvore genealógica mostram que a separação física não é capaz de desunir a família. É todo mundo primo de  todo mundo, e pouco importa o "grau" ou o local onde mora. Todos unidos por um amor criado lá atrás, num tempo em que não sou capaz de descrever. Pouco importa quem foi o precursor, válido é o quanto este sentimento ainda é forte. Que venham Glorinha, Bia, Guiga, Bernardo, Heleninha, Bruna, Beatriz e todos desta nova geração!! Abracem esse amor, maior de todas as fontes... 


Ano que vem tem mais! Sempre terá mais... Casamentos, bodas, aniversários, tudo vira motivo para reunir esta nossa família. Sugiro até um Encontro Anual de Primos, quem sabe? Fica a dica!

P.S.: Por último, mas de forma nenhuma menos importante, não posso deixar de fazer um agradecimento especial à família dos primos Eduardo e Bianca. Não só pela estadia, pelo acolhimento e pela companhia. Mas, principalmente, pela prova de amor. Eduardo, com certeza inspirado nos ensinamentos passados pelo querido Tio Louri, é uma pessoa que carrega a família na face. É bonito demais ver o prazer que você tem em receber, agregar e fazer essa família existir de verdade. Lembro lá da época em que você vinha nos visitar em Jacobina, e hoje podemos fazer o mesmo no Rio. Bia, você é um ser especial. Mesmo chegando ''depois'', seu amor ultrapassou qualquer ordem cronológica. Sua capacidade de atrair as pessoas faz de você um membro nato da nossa família. Mais do que isso, traz sua mãe (a querida Tia ou "Dona" Sônia) para nossa família. Desta vez, como não tivemos a oportunidade de conversar sobre isso, me encantei ainda mais com a sua maturidade. Muito feliz em ver a Bia mãe, dos recados nas cozinha, do cuidado imensurável com os seus filhos. Obrigado pelo exemplo, de verdade!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Minha mais nova lição de amor...

O dia principal, todos diriam, era pra ser amanhã. Mas, a vida se encarregou de me dar hoje. Era mais uma segunda-feira comum. Acordava um pouco atrasado, saía com pressa de casa, mal falara com minha mãe que, acreditem, tinha vindo de Jacobina para me ver. Tudo para não deixar que os minutos a mais causassem um atraso no trabalho.
Cheguei no trabalho, tudo dentro da rotina. Reunião de pauta, produção, apuração, entrevistas. Até que meu dia foi interrompido, ou melhor, agraciado por uma conversa comum com um colega de trabalho. Nesse caso, um amigo de trabalho. Ele acabara de chegar de uma viagem. Me contava dos passeios, do que fez fora de Salvador. Como um detalhe a mais, me dizia que tinha levado a sua mãe no final de semana. Mais velho do que eu, meu amigo tinha viajado, de avião, para passar o feriado fora e levado consigo sua mãe, de quase cem anos. Seria isso possível? Depois que ouvi aquele "detalhe", tudo na história para mim se tornava coadjuvante. Do que valia ouvir como eram os espetáculo teatrais, as compras... No meu coração só entrava a ideia de que ele tinha ido com sua mãe, de quase cem anos, dedicado seu feriado a ela. Na minha cabeça aquilo era o "incrível" da história. Não teria sido mais divertido se a mãe dele tivesse ficado? Mente pequena demais a minha, diante de tanto amor...
Atordoado, fui voltando para casa... E eu, o que tinha feito por minha mãe? Ou melhor, como tinha feito por minha mãe? Pela manhã, há poucas horas, meu mau humor matinal sequer tinha deixado eu falar com ela direito... Por que não viver aquela prova de amor que acabara de ouvir? Peguei o telefone, chamei-a para ir ao cinema comigo. Ela disse que tinha outros programas, insisti. Já no carro, não conseguia falar muitas palavras. Ainda inundado pela história que tinha ouvido há poucas horas. Ingressos nas mãos, mas o filme só começaria em uma hora. Foi, então, que comprei dois chopps e comida japonesa. Somados aos bilhetes dos filmes, a conta não chegou nem a R$ 50. Se custasse R$ 500, acho que teria pago. O momento que estava se construindo parecia realmente que seria único... Ela gostou da comida, perguntou que chopp era aquele e fomos para a sala de cinema... O filme? A Busca, com Wagner Moura. Ela mesmo havia escolhido. "Não gosto de filmes de guerra", sempre repete. O longa conta a história de um pai que após saber que o filho desapareceu não mede esforços para encontrá-lo, vai além da lógica, da razão, do humano. A Busca do pai pelo filho é mais do que a representação do amor entre os dois, é a consolidação do laço, que é eterno.
Não tive esse amor paterno, mas tenho certeza que ele foi concentrado no amor que minha mãe sente por mim. Amor do jeito dela, idiossincrático. A volta para casa foi ainda mais silenciosa de minha parte. Ela falava, comentava do filme. Eu em silêncio. Olhos cheios de lágrimas, leve, ciente de que fazia história. Minha história. História pouco significante, talvez. Mas, história emocionante. Um dia para me modificar, para encontrar este sentimento chamado amor, na forma mais plena da palavra. Sem jamais esquecer que foi pelo outro que eu pude perceber o correto, o que deveria ser feito. Ainda acredito na humanidade, na nossa capacidade de viver momentos simples, felizes.
Amanhã, dia do meu aniversário, com minha mãe ao meu lado. Apenas pela vigésima terceira vez, mas talvez da forma mais importante. Ciente do que sinto por ela, da evolução da nossa relação e do que virá...
Ah! E o meu amigo acha que o maior presente que ele me trouxe da viagem foi um relógio, "antecipado de aniversário", como pontuou. Não, não foi. O maior presente foi o exemplo, o exemplo de amor.
E, no final desse texto longo, me pergunto porque escrever sobre tudo isso. Por que? Porque essa é a minha melhor forma de me expressar, de completar o meu ser. O texto é o meu melhor amigo, minha fonte eterna de inspiração. E, se a vida fugaz for, ele há de ficar. O texto, a palavra, a memória...

domingo, 24 de março de 2013

Jovem no Domingo de Ramos, o rosto atual da Igreja

No Domingo de Ramos de 2013, ano que homenageia a Juventude Católica no Brasil, os jovens compareceram e chamaram a atenção na procissão da Arquidiocese de Salvador. Próximo das oito horas da manhã, foi lido o primeiro evangelho ainda na praça do Campo Grande e em seguida cetenas de pessoas seguiram em direção à Praça Municipal, cortando a Avenida Sete de Setembro com cânticos de louvor a Deus e orações.

Foi bonito ver que o convite da Igreja foi aceito pelos jovens. Quem foi até a caminhada pôde ver jovens de diferentes paróquias e comunidades - São Caetano, Vale dos Lagos, Shalom, etc - participando efetivamente da festa. Deu orgulho de ver também a participação do nosso Movimento Escalada. Liderados pelo nosso orientador espiritual, Pe. Mané, e um dos coordenadores do Movimento, Diogo Dumêt, dezenas de alpinistas estiveram presentes na Procissão de Ramos, fazendo parte do projeto de construção do rosto jovem da Igreja.

Inspirados no exemplo de Jesus, que chegou de forma simples e triunfal em Jerusalém, jovens vendiam água mineral e geladinho durante o evento para arrecadar fundos e viajar para a Jornada Mundial da Juventude de 2013, no Rio de Janeiro. "Habbemus água mineral, R$ 1,00, comprem, me ajudem a conhecer Francisco", gritavam, em referência ao novo Papa, Francisco, que vem se destacando pelo exemplo de simplicidade e fé. Era a prova viva do esforço da juventude católica para participar de mais um projeto absurdo.


Já na Praça Municipal, Dom Murilo Krieger, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, presidiu a Santa Missa. Na oração inicial, o bispo pediu que rezássemos pelos jovens e pelo Santo Papa. "Os jovens não são o futuro da Igreja, mas o presente", pontuou. Mesmo sob o forte calor, os fiéis permaneceram ali para participar da Eucaristia e iniciar com o coração próximo de Jesus a semana mais importante da Igreja Católica.

Fica o convite para vivermos a verdadeira Semana Santa. Período de reflexão, dor, oração e alegria, confiantes na Ressurreição de Cristo nossas vidas!

... Foi a primeira vez que participei da Caminhada de Ramos em Salvador. Parecia meio intrigante me ver acordando as sete da manhã de um domingo para ir até um ato da Igreja. Desta vez, fiz questão. Queria participar, conhecer de perto e sentir aquela experiência. Como sempre, valeu muito a pena. Ver os diferentes rostos da Igreja Católica, me emocionar com os pequenos exemplos de fé e confiança, conhecer mais projetos absurdos. E mesmo quando o calor apertou, fiquei na Praça Municipal para participar da Missa com Dom Murilo. Uma senhora, bastante prestativa, chegou próximo e nos ofereceu o guarda-chuva, que, neste caso, nos protegia do forte calor. Ao lado de Camila e Aline, participei da missa e pude ver como é bom ser mais um, ser um pequeno diante do grande. Comecei bem a Semana Santa!!