Ontem
tive a oportunidade, com um certo atraso, de assistir ao filme "Gonzaga,
de pai para filho". Estava ansioso para ver o longa-metragem, já que tenho
uma identidade com a vida deste ídolo brasileiro e, principalmente, nordestino.
Como não sou crítico de cinema, nem tenho a menor pretensão de ser, só posso
dizer que o filme é maravilhoso. Fantástico. Uma experiência enraizada na
emoção.
Como
sugere o título, o longa conta a história de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e do
seu filho Gonzaguinha, protagonista da Música Popular Brasileiro. Com um
romantismo moderado, a obra retrata a relação complicada entre pai e filho, os
deslizes do ídolo sertanejo e a personalidade complicada do seu herdeiro.
Luiz
Gonzaga, a quem tenho total admiração e atribuo o título de um dos maiores
gênios desse país, está longe de ser um santo. Sertanejo, sofredor, saiu cedo
de casa e carregou essa imaturidade por toda a vida. No entanto, sempre foi uma
pessoas de bem. Veio do povo e caminhou com o povo. Reencontrou o sertão e levou-o
consigo durante o resto da vida. Luiz Gonzaga, filho de Januário e Santana,
filho de Exu, força do Nordeste, pai do Baião.
Gonzaguinha,
que foi embora cedo para ficar ao lado do seu pai, também derramou talento.
Viveu pouco, mas o suficiente para deixar grandes ensinamentos, letras
diferenciadas e guardadas na mente do brasileiro. Inconformado com a ausência
do pai, levou consigo o talento paterno, ao lado da incerteza da relação
sanguínea.
O
filme tem duas horas, nas quais seus olhos não saem da tela do cinema. Cenas
fortes, marcantes, com texto direto e forte. Fotografia bonita, que retrata bem
as paisagens desse interior do Brasil, de onde eu também vim, graças a Deus.
Gonzaga, de pai para filho, mostra o laço eterno entre essas duas partes da
família. Pai e Filho permanecem juntos para sempre, além do que a morte possa
separar. Sou prova viva desse exemplo. Como Gonzaguinha, nunca deixei de ter,
mesmo que pouco visível, a certeza de onde eu vim. Vim de meu pai e de minha
mãe, vivo com eles e tento agir conforme aprendi com seus exemplos.
O
cinema brasileiro mostra que é bom, capaz de levar público pra salas dos
shoppings e agradá-lo. Salve o cinema do nosso país, salve Gonzagão(guinha).
Parabéns também ao diretor Breno Silvera, o mesmo de Dois Filhos de Francisco.
Brasileiro que tem a capacidade de emocionar brasileiros.
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