domingo, 9 de dezembro de 2012

Um filme sertanejo, que conta a história de gênios



Ontem tive a oportunidade, com um certo atraso, de assistir ao filme "Gonzaga, de pai para filho". Estava ansioso para ver o longa-metragem, já que tenho uma identidade com a vida deste ídolo brasileiro e, principalmente, nordestino. Como não sou crítico de cinema, nem tenho a menor pretensão de ser, só posso dizer que o filme é maravilhoso. Fantástico. Uma experiência enraizada na emoção.
Como sugere o título, o longa conta a história de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e do seu filho Gonzaguinha, protagonista da Música Popular Brasileiro. Com um romantismo moderado, a obra retrata a relação complicada entre pai e filho, os deslizes do ídolo sertanejo e a personalidade complicada do seu herdeiro.
Luiz Gonzaga, a quem tenho total admiração e atribuo o título de um dos maiores gênios desse país, está longe de ser um santo. Sertanejo, sofredor, saiu cedo de casa e carregou essa imaturidade por toda a vida. No entanto, sempre foi uma pessoas de bem. Veio do povo e caminhou com o povo. Reencontrou o sertão e levou-o consigo durante o resto da vida. Luiz Gonzaga, filho de Januário e Santana, filho de Exu, força do Nordeste, pai do Baião.

Gonzaguinha, que foi embora cedo para ficar ao lado do seu pai, também derramou talento. Viveu pouco, mas o suficiente para deixar grandes ensinamentos, letras diferenciadas e guardadas na mente do brasileiro. Inconformado com a ausência do pai, levou consigo o talento paterno, ao lado da incerteza da relação sanguínea.
O filme tem duas horas, nas quais seus olhos não saem da tela do cinema. Cenas fortes, marcantes, com texto direto e forte. Fotografia bonita, que retrata bem as paisagens desse interior do Brasil, de onde eu também vim, graças a Deus. Gonzaga, de pai para filho, mostra o laço eterno entre essas duas partes da família. Pai e Filho permanecem juntos para sempre, além do que a morte possa separar. Sou prova viva desse exemplo. Como Gonzaguinha, nunca deixei de ter, mesmo que pouco visível, a certeza de onde eu vim. Vim de meu pai e de minha mãe, vivo com eles e tento agir conforme aprendi com seus exemplos.
O cinema brasileiro mostra que é bom, capaz de levar público pra salas dos shoppings e agradá-lo. Salve o cinema do nosso país, salve Gonzagão(guinha). Parabéns também ao diretor Breno Silvera, o mesmo de Dois Filhos de Francisco. Brasileiro que tem a capacidade de emocionar brasileiros.

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