segunda-feira, 14 de maio de 2012

O sentimento. O diferente. A perspectiva.

E eu que já achei, ainda na infância, que nunca iria gostar de alguém mais do que gostava de mim. Na mente inocente de uma criança, seria uma falta de ponderação chamar este sentimento de egoísmo. Não, na verdade, devemos observar pela perspectiva de uma autoafirmação, ou como uma tentativa de se proteger das pessoas com as quais os relacionamentos ainda estavam por vir.
Depois de varar madrugadas, como diria Marisa Monte, logicamente que as minhas percepções foram lapidadas. Não tenho barreiras em afirmar que eu posso, em etapas definidas, expressar por uma pessoa sentimentos próximos dos que tenho por mim, nunca maiores. Por quase uma licença poética, tiremos deste contexto o meu núcleo familiar, ao qual talvez dedique mais amor do que a mim mesmo, com o perdão da redundância.

Eu sou bem novinho, de verdade. Não me canso de sempre fazer essa ressalva. Isso porque as vezes o até eu esqueço que estou só no começo, no início das vivências dos sentimentos. Mesmo assim, estou convicto de que vale a pena ser pleno, se entregar ao que você acredita, sente, compartilha. Entre os comedidos e os exagerados, prefiro os que deixam tudo muito claro, que pecam por excesso. Talvez a experiência mais marcante da minha vida tenha sido compartilhada com um pensamento distante do meu, ou, pelo menos, um comportamento diferente - o que não quer dizer, de maneira alguma, oposto.
Como sempre ocorre quando lidamos com o diferente, aprendi muito. Aprendi mais do que ensinei, inclusive. E onde eu quero chegar com todas essas palavras cobertas, cheias de eufemismo e armadilhas para quem as lê? Não sei. Nem preciso saber. A transformação de pensamentos em palavras sempre me enobrece, me satisfaz quase que plenamente. O pleno virá quando eles se tornarem vivência, enredo da minha própria história.
Não mais como uma criança derramando pensamentos egoístas, o recém adulto contemporâneo dedica seu tempo agora para aprender a lidar com o "abrir mão". Assunto tão difícil para mim que sequer consigo transformá-lo em texto, apesar da vontade ser crescente. Mas, para não me alongar, deixemos este para depois. Afinal, ainda há tempo. Muito tempo...

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